Por Jorge A.Queiroz e Silva Quarta-feira, 22/04/2020, 12h50 Fonte: Por e-mail - De Curitiba
Imagem: Primeira
página do jornal O Globo de 14 de dezembro de 1968.
Registro três momentos marcantes deste
ano incerto.
No primeiro momento, o conflito
entre Estados Unidos e Irã, em janeiro, no qual drones, sob comando
estadunidense, vitimou o general Qasen Soleimani, o segundo mais importante na
hierarquia do poder iraniano.
Esse conflito alimentou no imaginário social,
mesmo que remotamente, a ameaça de uma Terceira Guerra Mundial.
No segundo momento, o estado de
pandemia global, em curso, decretado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), do
novo coronavírus, oriundo da cidade de Wuhan, província de Hubei na China, no
final de dezembro do ano passado, causador de graves problemas respiratórios e
que tem levado milhares de pessoas a óbito no Planeta.
No terceiro momento, a manifestação
de dezenas de pessoas, em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília,
aos 19 de abril, domingo.
O pessoal apoiava a intervenção militar, a
volta do Ato Institucional n0 5 (AI-5),
editado em 13 de dezembro de 1968, a defesa do fechamento do Congresso Federal
e do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Bolsonaro participou desta
manifestação.
Com as críticas advindas de
ministros do STF, lideranças políticas, entre outros, o presidente, no dia
seguinte, passou a defender a democracia, a liberdade e negou ser a favor do
AI-5. "Eu sou, realmente, a
Constituição", afirmou o presidente.
Aos
desavisados ou desinformados, o AI-5 possibilitava que o presidente fechasse o
Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, estabeleceu a
censura prévia, cancelou direitos políticos e garantias constitucionais, por
exemplo, o habeas corpus.
Com o advento do AI-5, a
ditadura militar (1964-1985) chegou ao extremo da repressão.
Resumindo: Ditadura
e AI-5 Nunca Mais. A consciência histórica é o maior patrimônio de um povo.
Caso o (a)
leitor (a) queira saber mais detalhes sobre a ditadura e AI-5, sugiro o breve
vídeo, de 2018, da historiadora
Lilia Schwarcz, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=EoJDRsV_TiU
Jorge
Antonio de Queiroz e Silva, historiador, palestrante, professor.